Existe o que entendemos hoje em dia socialmente como meme: A frase por cima da imagem, a figurinha do WhatsApp, o gif. Porque quando você pensa em meme, você geralmente não associa com genética, Darwin e a Teoria da Evolução.
Mas o meme não se limita a ser uma figurinha, uma imagem que você acha na internet. O meme está presente no nosso dia-a-dia. O meme está nas suas referências, em como você se veste, pensa e fala.
☆.。.:* Plataformas .。.:*☆
Nos memes digitais, a plataforma de origem é muito importante para entender o tipo de conteúdo e referência dentro dele. Dentro das diversas plataformas existentes, cada meme influencia diretamente no seu tipo de cultura, entendimento da vida e aspectos sociais em geral. Se eu passo meu dia no Instagram, eu vejo certo tipo de meme. Se eu passo no Facebook, eu vejo outros tipos. Por mais que seja parecido por serem as duas plataformas mais populares e acessíveis.
O tipo de meme que agrada em cada plataforma muda bastante, por serem de formatos diferentes. Por exemplo, o WhatsApp é o melhor meio de receber mensagens de bom dia e boa noite, figurinhas e emoticons. Assim como também é o meio mais usado para encaminhamento de correntes e fake news.
☆.。.:* Viralização e Algoritmo .。.:*☆
A forma que usamos a internet mudou muito desde a propagação da mesma, nos adaptamos para termos tecnologia no nosso dia-a-dia em uma velocidade exorbitante e esse convívio com novas tecnologias fez com que mudássemos o jeito de enxergar o mundo. Apesar do lado bom da rede e expansão da informação, essa interação exacerbada com a internet nos faz sofrer com a distorção da realidade.
Hoje nos encontramos em uma internet centralizada na existência das principais redes sociais, como Facebook, Instagram e Twitter. O modo com que o algoritmo de cada uma dessas redes funcionam, gerando uma bolha social individual a partir da forma como interagimos aos conteúdos que nos são mostrados, transforma essa centralização de plataformas em algo limitador.
A partir do momento que uma cópia digital nossa é criada, ou seja, quando nosso algoritmo de interação dentro de uma rede social é estabelecida, estamos limitados a aquela bolha social designada a nós, sendo assim mais difícil acessar um conteúdo ou opinião que não faça parte do seu nicho social.
Hoje em dia se fala muito sobre as coisas líquidas que vem com a facilidade da tecnologia, por exemplo aquela música que tá em primeiro lugar começa a descer de posição. A piada já não tem mais graça, o estilo sai de moda, a gíria se inutiliza.
Um experimento social em The Big Bang Theory, no episódio 20 da 4 ª temporada, os personagens Sheldon e Amy discutem e colocam em teste o teoria do meme de Dawkins. Eles contam duas informações diferentes para a Penny, uma delas é tão forte que se espalha muito rápido e em questões de minutos vários outros personagens já estão cientes. Já a outra informação não consegue se propagar.
Com a internet, as coisas funcionam de modo mais fácil, o modo que algo se propaga, a força da viralidade que na vida fora da tecnologia não acontecia. O anonimato na internet faz as pessoas se sentirem muito mais confortáveis para ser quem elas são e para falar o que elas pensam. Mesmo que esses pensamentos sejam ruins e não devam ser falados. Sentimos confortáveis em falar quando achamos que não vai ter nenhum tipo de consequência e temos a impressão que a internet é uma “terra sem lei”.
Se tudo que você expressa, o que você gosta, o que você quer comprar, posta e escreve na internet é utilizado como dados, a internet não é uma “terra sem lei”. Esses dados são sua cópia virtual, e é graças a ela a personalização da sua timeline, de quem você vê os stories no Instagram, o que aparece no seu Pinterest. Você aos poucos cria seu algoritmo, quanto mais você posta e interage, quanto mais você pesquisa você personaliza seu conteúdo. Ele se adapta a momentos da sua vida. Todo dia milhares de aplicativos gratuitos são baixados e voluntariamente aceitamos os termos e condições. Se não estamos pagando para usar esse produto, como por exemplo o Facebook, como ele ganha dinheiro?
“Se você não tá pagando o produto, o produto é você.”
(LEWIS, Andrew)
Nunca tivemos tantas pessoas com problemas relacionados às redes sociais quanto agora em 2021, além das disforias causadas por nos espelharmos em perfis famosos nas redes, podemos ver o modo com que esses algoritmos das redes sociais afetam nosso dia-a-dia, principalmente a de crianças e adolescentes.
Essa ideia me dá abertura a imaginar o futuro da geração pós a minha. Crianças que cresceram não só vendo Youtube, mas sendo “tiktokers”. Hoje quando se pergunta a uma criança o que ela quer ser, a resposta varia entre “influencer, tiktoker e youtuber”. Essa é a profissão do futuro. A ideia de que ser você mesmo, porém nas câmeras, e ser o suficiente para pagar suas contas e ser famoso, gera um nível de pressão social e problemas de insegurança e autoestima que não estamos preparados.